16 de nov. de 2009

CEB 2009 - Notícia Tardia, Mas Não Falhada

Leon Maximiliano Rodrigues

O IX Congresso de Ecologia do Brasil (IX CEB 2009) ocorreu em Sâo Lourenço (MG), nos dias 13 a 17 de setembro, e contou com cerca de 5 mil participantes de diferentes partes do Brsil e da Amárica do Sul. O evento é um dos mais importantes no que diz respeito à questão ambiental, e confirmou esse status nesta última edição com o tema "Ecologia e o Futuro da Biodiversidade".
Foi possível verificar no evento a importância da Ecologia como ciência base para acompreenção dos problemas ambientais, uma vez que é o ramo das ciências que se preocupa em entender como a natureza se estrutura e funciona, como ela se auto-regula e se auto-organiza. A partir dessa perspectiva, a Ecologia inclui no seu escopo o elemento humano (a cultura, o desenvolvimento, etc.), já que hoje não existem mais ecossistemas livres da influência da ação do homem.
Portanto, para entender a ocorrência e distribuição das espécies, bem como os processos ecossistêmicos que conduzem à manutenção das mesmas, a ação antrópica deve ser considerada no estudo como fator ecológico condicionante.
De fato, a natureza é dinâmica e está evoluindo constantemente. Porém, as novas mudanças que o ser humano impôe à natureza se dão com maior intensidade e em espaços de tempo muito curtos. Emquanto um ecossistema muda ao longo de milhares ou dezenas de milhares de anos, o ser humano, através das diferentes forma de uso e ocupação do solo, produz mudanças drásticas que se sucedem em curtos períodos.
Por exemplo, áreas que a 40 ou 50 anos eram coberta por florestas passaram por diferentes mudanças nas últimas três ou quatro décadas, como no caso do oeste do Paraná, uma região que passou por um processo de desenvolvimento rápido devido à implantação da Itaipu Binacional. Áreas de floresta nativa foram desmatadas e transformadas em lavouras, que foram, posteriormente, trasnformadas em pastagens ou áreas urbanas. O reservatório de Itaipu resultou da modificação do antigo leito do rio Paraná e extensas áreas de florestas e agricultura. Áreas que eram ocupadas por extensos contínuos de um determinado bioma, passaram a ser ocupadas por um complexo mosaico paisagístico compostos por manchas de uso e ocupação de diferentes natureza e graus de degrafdação.
Todas estas mudanças têm repercussão sobre a biodiversidade e a manutenção dos ecossistemas. O problema é que os efeitos dessas mudanças nunca foram consideradas. E mesmo que o fossem, são de um grau de imprevisibilidade muito grande devido à complexidade inerente aos problemas ambientais. Mesmo assim, o possível deve ser feito para mitigar e controlar os impactos das ações humanas, pois a própria qualidade de vida humana depende da qualidade ambiental. Mais do que isso, a própria sobrevivência da espécie Homo sapiens está em jogo.
A questão é: Até que ponto o ser humano vai assistir passivamente à destruição do seu próprio hábitat? Estamos criando um ambiente no qual cresce cada vez mais a escassez dos recursos e a insalubridade. E esses são aspectos que afetam diretamente a qualidade e sustenatabilidade da vida humana.
As questões expostas são de grande relevância, mas ausentes nos senários das discuções políticas. Por outro lado, o CEB as mantém como uma constante a cada edição.
Uma pergunta que não se cala: Por que os tomadores de decisões não procuram o suporte de quem entende dos problemas? A resposta é previsível, mas...
Acho que os antigos estavam certos em um aspecto: Os políticos eram filósofos, os filósofos eram cientístas... Hoje é difícil para uma pessoa tranzitar por todas as áreas do conhecimento, mas deveria haver a integração, a interdisciplinaridade, a transdisciplinaridade. Essas, aliás, são palavras restritas ainda ao meio acadêmico, sendo mesmo nesse meio pouco praticadas.

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